quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vai uma bolsa nova, amiga?

Muitas das minhas amigas estão namorando. Comparando posturas, num dia de vinho e papo solto, chegamos à teoria a seguir. Namorar é como comprar uma bolsa caríssima. Uma Louis Vuitton. Você só gasta dois mil reais num bolsa, se ela for incrível. Apenas se você achar que você nunca encontrará uma bolsa tão perfeita. Somente se você achar que não pode viver sem aquela bolsa (aliás, tem muita gente que pesa custo-benefício e nem sequer investe no sonho).

Você passeia, paquera com a bolsa vários dias, vai em outras lojas e termina sempre parando naquela vitrine. Aquela bolsa tem seu nome escrito nela. Você pensa em todas as razões para não comprá-la, escuta suas amigas, sua mãe, umas companheiras de trabalho, expõe o caso para algumas pessoas e todos te dizem sempre o mesmo: se você gostou mesmo dela, invista. Pronto, você volta lá na loja e compra a danada da bolsa. Sai satisfeitíssima, pensando que você nunca vai precisar de outra bolsa na sua vida: aquela dali vale o esforço para tê-la.

Você abusa da bolsa nos primeiros dias, anda com ela para todo canto, mostra para todo mundo, escuta inúmeras vezes como ela é perfeita para você e blablabla. Vai passando o tempo, a bolsa continua linda, maravilhosa, perfeita, mas você tem andado com vontade de ir ao shopping outra vez: uma vontade de abraçar aquele impulso da compra, do primeiro dia com algo novo, das primeiras semanas, de mostrar pras pessoas... enfim, aqui entra uma grande diferença entre nós, mulheres, que notamos nas conversas:

- Existem aquelas que jamais passarão perto de uma loja outra vez: decididas, pensam que, se a bolsa que elas tem jamais será superada, para que procurar?
- Existem aquelas outras que, shopaholics a vida inteira, mooooorrem de vontade de comprar outras bolsinhas, todos os dias. Podem até criar uma certa aversão àquela LV, que a impede [mesmo depois de tanto tempo, afinal, o investimento foi alto!] de sentir o gostinho de comprar outra vez. Sentem falta da sensação, muito mais que do item novo.
- Tem aquelas que nunca tem vontade de comprar nada, mas, vez por outra, vêem uma bolsa tão baratinha que ficam tentadas. Se vêem diante da decisão de comprar uma bolsinha qualquer, usar um dia ou dois, tirar todo proveito disso, e voltar para a perfeita, ou se convencer de que não há a menor necessidade de gastar ainda mais dinheiro quando você pode sair com a sua bolsa ideal.
- Por fim, existem aquelas que não se contentam: a LV vale a pena, claro, mas sempre pode existir uma bolsa mais a cara dela, então, há que seguir buscando. Não uma bolsinha qualquer, mas vai que um dia aparece uma que a apetece ainda mais que a que ela já tem?

Aí, vocês vejam, meninos, como somos simples. O que vocês precisam, na verdade, é escutar o que dizemos sobre nossas comprinhas, para não acabar ignorando uma bolsa novinha em nossos armários...


Rafa
@rafaelamorais