sexta-feira, 16 de julho de 2010

O futebol nosso de cada dia

A Copa já acabou, porém, encaremos: brasileiros não deixam de respirar futebol. Então, ainda que com atraso, o Mundial motivou a especulação do que seriam os 11 jogadores XY em uma Copa de Gêneros.

Time dos rapazes

1. Agilidade 
Rapazes querem garantir logo o placar. Por isso, vemos, demasiadas vezes, o tal do impedimento. O que é um impedimento? Um jovem apressado, que não olhou nem pro entorno nem pra trás na hora de chutar a bola direto pro gol. Ponderar é coisa de mulher.

2. Companheirismo
Meninos jogam em time: quem não pode fazer passa que outro faz. A brodagem está na essência masculina. Não deu pra um, dá pra outro, e a equipe sai vitoriosa. Rivalizar é coisa de mulher.

3. Objetividade
Os moços trabalham com resultados. O jogo pode ser excelente em termos de performance, mas, se não fechar bem, ele vai ter que escutar de outros: "Vc perdeu, meu velho. Eu tô melhor que vc!". Porque, vc sabe, generosidade é coisa de mulher...

4. Flexibilidade
Não tem isso de se prender a um time não. Vc é jogador de um time rubro-negro até que um alvirrubro te ofereça mais. Afinal, só tira a camisa, o sentimento continua o mesmo... E exclusividade é coisa de mulher.

5. Disposição
É correr até ganhar. Tem que fazer tudo, o tempo todo, até levar. Prorrogação, por exemplo, não assusta jogador que é bom. E cansaço é pra quem quer arriscar perder. Desistir, então, é coisa de mulher.

6. Confiança
A regra é botar pra cima. Quem se assusta com um homem-a-homem? Faz parte do jogo. É até parte da emoção, faz a vitória ser mais valorizada. Medo? Coisa de mulher.

7. Encenação
Levou um leve toque na perna? Se joga no chão e pede a falta. Fazer escândalo e botar a culpa no outro é praxe. Drama não é coisa só de mulher.

8. Ousadia
Chegando mais perto, chuta-se pro gol. E daí que tem gente pedindo a bola? Se a oportunidade apareceu pra vc, as chances de vc correr pro abraço são altíssimas. Hesitar é coisa de mulher.

9. Diversidade
Se não está bem no ataque, vale saber armar uma jogada, ou, até, defender. Um jogador que não consegue fazer o que ele faz melhor arruma rapidinho outra posição pra se sair bem na partida. Insistência é coisa de mulher.

10. Segurança
Atacante tranquilo é o que tem uma boa zaga. Ele pode partir pro ataque, mas, falhando, qualquer contra-ataque será impedido. É preciso manter o plano B. Apostar tudo é coisa de poker. E, claro, de mulher.

11. Simplicidade
Respeitar a equipe, dominar a bola, driblar o adversário e ganhar o jogo. Esse é o plano. Mais que isso só atrapalha. Meninos trabalham com preto no branco - ou preto no vermelho, ou vermelho no branco, pra num deixar ninguém aí irritado. Complicar é, sem dúvidas, coisa de mulher.


Rafa
@rafaelamorais

Grandes mentiras, pequenas verdades

..
Amiga aconselhando a best que está de rolinho
Mentira: "Ele deixaria de ver esse jogo com os amigos pra ficar com vc, se ele tivesse interesse mesmo"
Verdade: Futebol+amigos > Mulher.

Amiga aconselhando a best que vive uma paixão platônica
Mentira: "Ele gosta de vc, mas tem medo de admitir. Ele não quer é arriscar a amizade de vcs..."
Verdade: Ele não te quer.

Amiga que começou a namorar há pouco tempo desabafando com a best
Mentira: "Coitado, a ex dele é uma louca. Vive atrás dele, liga, aparece lá, até sai com a mãe dele!"
Verdade: Ele dá corda.

Amiga consolando a best que ficou com um rapaz há alguns dias
Mentira: "Ele pode estar viajando, ou trabalhando, por isso ele não te ligou ainda"
Verdade: Vc será o plano B.

Amiga aconselhando a best que está em crise no namoro
Mentira: "Ele tem ciúme porque gosta de vc, porque não quer te perder. Vc sabe como ele é..."
Verdade: Idiota. Tem medo de ser corno.

Amiga tentando arrumar a best com um conhecido dela
Mentira: "Ele não é 'Oh, meu Deus', mas é uma pessoa ótima. Tenho certeza que vc vai gostar dele"
Verdade: Quem está desesperada não escolhe muito.

Amiga arrumando um amigo com uma best dela
Mentira: "Ela não é liiinda, mas é super alto astral. Com certeza vcs vão se dar super bem"
Verdade: Ela é feia, mas é fácil.


Rafa
@rafaelamorais

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A evolução da espécie

O título é polêmico, então, vou entrar logo na discussão. Fazendo um passeio mental, aqui, pelos últimos anos, eu me dei conta de que algumas coisas mudaram bruscamente. Entre elas, está o peso que a beleza de uma pessoa tem na hora da conquista. Ok, vou refazer: o peso que a beleza de uma menina tem, na hora da conquista. Porque, afinal, nós, mulheres, sempre fomos muito generosas... Beleza nunca foi - e dificilmente será - um fator na nossa escolha. Somos, de fábrica, menos objetivas, mais convencíveis, digamos assim, por uma boa lábia.

Já os meninos... Mas, calma. Isso era antes. Na nossa adolescência, beleza parecia ser praticamente o único fator de escolha dos meninos. Aquela era uma fase de afirmação, de aparências, então, nada mais normal que os meninos quererem algo estético, óbvio, para (se) mostrar aos demais. Esses mesmos meninos tiveram lá seus relacionamentos com as mais bonitas. Tiveram, também, seus problemas durante o relacionamento com tais meninas. Não que as mais belas signifiquem qualquer problema, absolutamente. O problema estava na escolha em si, que supervalorizou um critério que, no dia a dia, ajudava muito pouco o relacionamento a ser legal, a dar certo. Eis que a ambição dos rapazes passa a ser, então, uma boa namorada - em vez de uma namorada boa.

Aí, passam-se muitos anos. Chegamos à Faculdade, que é, na maioria das vezes, uma época de tentar de tudo, abraçar todos os momentos, achar que quer e pode o que for, etc. Critério, aí, eu acho que existe muito pouco - ou muito raramente (alô, lésbicos). Passada essa nova fase, de muitas descobertas e muitas noites sem dormir, chega a vida real. O dia longo no trabalho, o acordar cedo de manhã com muito pouca disposição, o tomar banho ainda meio dormindo, o querer ficar em casa na sexta à noite pra matar o cansaço da semana... Pode se juntar a isso o fato de sempre haver os amigos que tomam rumos diferentes do seu, ou, até, os que já não são mais os mesmos, se afastam, casam, tem filhos. O pedaço do dia que deve ser, de fato, prazeroso já não é tão grande e já não pode, portanto, ser desperdiçado. Nessa fase, aparecerão muitos critérios. Isso, inclusive, é uma percepção minha recente, afinal, só agora os rapazes com quem convivo estão, ou se aproximam, deste marco.

Esses jovens estão, agora, em busca de uma certa tranquilidade, da construção de um futuro que já está tomando seu rumo no trabalho e já está encaminhado na parte intelectual. Ou seja: sobra tempo para escolher - mas, ao mesmo tempo, há pressa em ser bem sucedido na escolha (como no trabalho).
Engraçado é que meus amigos que querem encontrar a mulher ideal (e, aí, notemos que ela já não é a mais linda nem a mais disposta, digamos assim) não se dizem preparados para casar agora. Claro, suas vidas estão caóticas, eles estão cansados, estão batalhando no dia a dia ainda. Mas querem uma mulher excelente. E a querem agora. Minha pergunta pros rapazes, portanto, sempre é o que eles farão com ela, se a encontrarem já: se não vão querer/poder casar, e ela é o padrão ideal para isso, como vão continuar com ela? Se ela for tão boa quanto eles querem, as chances são que haverá uma bela lista atrás dela também... Ou seja, correm um sério risco de perdê-la e voltar à estaca zero.

Os moços, no entanto, não me parecem querer, de fato, ter a mulher ideal agora. Eles querem, na realidade, saber que ela existe. A pressa mora aí. Eles perderam tanto tempo com escolhas pouco criteriosas (mas, justificáveis, claro, apenas distantes do que eles precisam hoje), que já não sabem se, agora que eles mudaram, vão encontrar o que querem, se essa mulher realmente existe. Daí a pressa em obter essa resposta. O que os rapazes querem, bem como querem em seus trabalhos, é garantir seu futuro, certificar-se de que as coisas sairão exatamente como eles imaginam que elas devem sair (aliás, é válido perceber que essa é uma fase em que os meninos projetam mais que as mulheres - tá bom, nem tanto... digamos que essa é a fase em que os meninos, simplesmente, projetam, algo que não costumava estar na rotina deles).

Lembremos que existem, claro, aqueles que não saíram nem sairão da adolescência. Aqueles que continuam precisando se afirmar, como na adolescência, ou se saciar, como nos anos dourados da faculdade. Mas eu costumo dizer às minhas amigas: "Mas esses, galera, são os que a gente já não quer, de todo jeito. Então, por que se preocupar com eles?". Então, voltamos aos que merecem ser compreendidos: no geral, os meninos passam para a vida adulta com uma evolução incrível e to-tal-men-te diferente do processo das mulheres (esse é bem simples: a gente vai de querer o príncipe encantado - lindo, destemido e viril - pra querer o marido encantado - inteligente, fiel e amável).

Para as que perdem tempo reclamando dos rapazes, quero deixar claro que a mudança chega, meninas, não tenham dúvidas. E tiremos o chapéu para eles, porque, se os subestimamos em algum momento, eles nos dão um banho de evolução a partir daqui. E, claro, aproveitemos para aprender com eles, gastemos menos tempo com ilusões e padrões midiáticos do que devemos ser para conquistar um deles. Uma cabeça boa pode te valer muito mais, agora, que um guarda-roupa ousado... Amém.


Rafa
@rafaelamorais

sexta-feira, 30 de abril de 2010

A filosofia do momento

Conversando com o amigo que me ensinou boa parte do que eu sei sobre a mente masculina, lembrei-me do momento (protagonizado, inclusive, por ele) quando senti que meu mundo mudaria. Conversávamos, como de costume, sobre meninos, meninas, relacionamentos, etc, até que surgiu o tópico da percepção dos eventos, ou, melhor posto, dos erros. Ali, eu compreendi porque meninos não costumam ter tantas dúvidas quanto meninas, não costumam se arrepender tanto quanto nós, ou, ainda, via de regra, pensar tanto quanto a gente. A filosofia dos rapazes é muito simples e, uma vez compreendida, eles também se tornam muito simples.

Para os moços, tudo se resume ao momento, aos poucos segundos quando sua cabeça toma uma decisão, envolvida em um contexto qualquer. Meninas, nesses momentos, projetarão, pensarão em consequências, desdobramentos, possibilidades, repercussão... Rapazes, não. Homens focam, apenas, no que lhes vem à mente naquele instante, no que eles querem ali e então, no que será melhor para eles naquele exato lugar, àquela exata hora. Não há divagações para frente, assim como não haverá uma volta àquele momento da decisão posteriormente. Se a decisão não for a melhor, isso ficará claro para eles ainda naquele mesmo instante e, portanto, não haverá a necessidade de reviver aquilo que foi um mero erro. Daí a incapacidade dos meninos de compreender o que nós fazemos, analisando as situações que já passaram, conversando, discutindo, querendo mexer nas coisas que, na verdade, já estão feitas. Toda menina já escutou de algum rapaz que o que ela estava fazendo era "remoendo". É assim que os rapazes chamam nosso hábito instintivo de repassar o que aconteceu, na tentativa, ingênua, de mudar as coisas ou mesmo de aprender com os erros passados.

Para os rapazes isso se processa de maneira muito mais objetiva e, creio eu, muito mais lógica. Um erro pode ser chamado, metaforicamente, de uma pancada, correto? Então, sigamos com uma alegoria de uma pancada, real. Digamos que vc esteja andando, em sua casa, e, de repente, dê aquela trombada contra uma quina de uma mesa mal posicionada. Meninos pensarão: "P****! Essa m**** dessa mesa no meio do caminho!!!" e continuarão seu caminho. Da próxima vez, já passarão de ladinho pelos arredores da maldita mesa. A lição foi, portanto, aprendida. Instantaneamente. Não há a menor necessidade de, sempre que se olhar para aquele machucado, reviver o momento da porrada. Não há, tampouco, a necessidade de entender as causas, os motivos, a repercussão, daquele erro de cálculo. Isso foi tudo: um erro de cálculo. E a vida continua com aquela marca, uma lição imediata, e nenhum tempo perdido "remoendo" aquele deslize.

Assim agirão, também, em suas vidas afetivas. Percebido o momento da decisão, a melhor opção será sempre a que lhe pareça melhor ainda naquele instante, e, errando, a lição será aprendida ainda ali, sem nenhuma necessidade de estendê-la a sequer um dia mais. Para corrigir qualquer mal-estar momentâneo, os meninos contam com o belíssimo treinamento de guerra que possuem: vê-se o caminho escolhido indo para um lado errado, e muda-se, imediatamente, de estratégia. Nós - ou, ainda, aquelas de nós que não puderam perceber (e aderir a) essa política fantástica masculina - ficamos presas no momento, sem compreender as mudanças pontuais nem aquelas à longo prazo, no papel de vítimas indefesas que tantas parecem incorporar como estilo de vida.

Eu sempre fui a favor de certas posturas masculinas. Sempre achei que meninos tem uma lógica própria e extremamente eficiente, a qual podemos aprender, e podemos lucrar muitíssimo com isso. A filosofia do momento é, antes de mais nada, benéfica - à saúde, aos relacionamentos e à igualdade de gêneros. Uma vez compreendida, nossas vidas se tornam mais simples - e, convenhamos, todas precisamos de mais simplicidade em nossas vidas. Que os meninos continuem dizendo que somos complexas, ok. Ótimo que não saibam o que pensamos, como agimos. O elemento surpresa é nosso aliado, deve fazer parte de nossas estratégias. Nós, no entanto, não temos motivos para inquietações por causa de meninos. Se conhecimento é poder, meninas, notem que o poder é todo nosso.



Rafa
@rafaelamorais

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

As mentiras que nós contamos

Vocês mentem e a gente sabe. Que nós mentimos vocês devem desconfiar... Talvez não saibam que é mais normal (porque somos mais espertas) do que vocês imaginam. E, como alguns homens já nos revelaram algumas dessas mentirinhas "brancas" de vocês, que me perdoem as amigas, mas aqui vão algumas das nossas.

1. Nossos ex-namorados não são tão terríveis quanto nós os pintamos. Possivelmente, a maioria deles era até muito amável. E não tão ruim de cama.

2. Nós contamos tudo a nossas melhores amigas. Tudo. "Tudo" é tu-do: o que você faz e não faz, diz, confidencia; o que a gente , sente e pensa. Isso é "tudo". Vocês acham que isso dá muito poder a elas (e vocês não as escolheram, de fato), mas não dá. Nenhuma menina fica repassando na cabeça tudo o que ela sabe enquanto o namorado da amiga conta uma história numa mesa de bar.

3. Sim, há problema com não saber consertar algo em casa. Se vocês acham que a gente nasce sabendo fritar um ovo ou fazer um macarrão, a gente tem o direito de achar que vocês, no mínimo, precisam saber bater um prego ou trocar um fusível.

4. A gente pode não ter o pânico de, casando, nunca mais dormir com outro cara, mas, seguramente, temos o medo de nunca mais passar pela fase boa da paquera, o primeiro encontro, o primeiro beijo, etc. Portanto, também temos ressalvas quando o assunto é casamento.

5. Sua mãe, provavelmente, não é "ótima". Ela deve ser suportável, senão nem nos preocuparíamos em sorrir: mas, já estamos felizes com o fato de ela ser "suportável". Sorriremos, não se preocupem. A propósito, nós temos muito medo de ficar iguais às nossas mães: e muito mais medo de ficar igual à sua mãe. Portanto, dizer que nos parecemos com elas nunca, jamais, em tempo algum, será elogio, ok?

6. Essa é fácil, mas, para que fique bem claro: sim, nós pensamos em sexo. E um bom tiquinho... E, sim, é importante, tem que ser bem feito e faz falta. Compreendido? E, claro, nós fantasiamos com outras pessoas. Epa! Lembrem-se: vocês também (até com mais frequencia)!

7. Ainda no tópico anterior: sabe quando dizemos "Você bebeu muito, está cansado, é normal, amor... todo homem já passou por isso"? Bom, a verdade é que: não é tão normal assim, talvez, até, ninguém nunca tivesse passado por isso com ela, e, se você está cansado, ou bêbado, problema seu. Ela também pode estar cansada ou bebíssima e ela está bem... Ou seja, é frustrante pra ela também e a culpa é só sua, ok?

8. Sabe o preço daquela bolsinha nova ou daqueles sapatos belíssimos que compramos esses dias?Eles, provalvelmente, custaram o dobro dos valores que compartilhamos com vocês. Claro: para que dizer o preço verdadeiro - e perder os próximos dez minutos de nossas vidas escutando você reclamar, dizer que é um absurdo e blablablá -, se podemos mentir e conseguir o "Que ótima compra!" que queríamos.

9. Ainda com relação ao último tópico: nós queremos, sim, a participação de vocês - por isso contamos sobre esse tipo de compra, aquela fofoquinha ou discussões da família/trabalho. Mas, queridos, queremos pouca participação de vocês. Digam "uhm-hum", façam algum comentário perspicaz e só. Não se danem a falar mal do que/quem a gente gosta. Apesar da gente dizer o contrário, ("Diga o que você tá pensando, vá, pode dizer, não tem problema"), não digam o que, de fato, vocês pensam, porque, sim, ficaremos putas e teremos um problema.

10. Nós podemos ser super modernas, independentes, pró-discurso-feminista, mas, ainda assim, queremos ser tratadas como uma princesa em perigo. Sério. Seja lindo, cavalheiro (no entanto, aceite tranquilamente que podemos pagar, abrir porta de carro, etc, igual a vocês - quando quisermos), romantico, amável, babão, enfim... Queremos o príncipe: ainda que, hoje, saibamos que não são os príncipes que nos fazem princesas.



Rafa
@rafaelamorais


sábado, 13 de fevereiro de 2010

La mala interpretación*

Comecemos com a má notícia: mulher, num momento ruim, distorce tudo, só pra se chatear. Isso: ela quer se chatear. Quer brigar, ou chorar, ou se fazer de vítima pra ter mais atenção, ou o que quer que seja que ela ache terapêutico. As que abusam desses momentos, ou mantem essa constante, inclusive, são as que eu culpo pela negatividade que existe na frase "é mulher" - ou seja: estragam tudo para o grande grupo.
A boa notícia é que vocês, meninos, podem evitar as tempestades-em-copo d'água femininas. É simples: ainda que estejam bem intencionados, fiquem atentos ao que vocês dizem e, em especial, a como suas namoradas podem escutar outra coisa, completamente diferente, sair de suas bocas.
Leiam as 10 dicas abaixo e evitem os bate-bocas que nos fazem (a todos e todas) desejar a volta à solteirice.

10.
Ele diz: "A gente é muito diferente"
Ela escuta: "Eu não sei como eu gosto de você"
9.
Ele diz: "A gente é muito parecido"
Ela escuta: "Que chato. Você podia ser minha irmã"
8.
Ele diz: "Você pode ir, amor, mas é claro que os caras preferem quando eu vou só"
Ela escuta: "Eles odeiam você. Por isso, vivem me dando força pra eu te trair"
7.
Ele diz: "Carnaval só presta solteiro"
Ela escuta: "Quando esse namoro acabar, volto aos bons tempos!"
6.
Ele diz: "Tanto faz, linda"
Ela escuta: "Resolve você esse negócio insignificante porque eu tenho mais o que fazer"
5.
Ele diz: "Quem mais vai?"
Ela escuta: "Eu preciso de companhias legais. Sair só com você é um tédio"
4.
Ele diz: "Eu não vou muito com a cara dessa sua amiga"
Ela escuta: "Puta, né?"
3.
Ele diz: "É impressionante como sua mãe está em forma"
Ela escuta: "Porque você, dessa idade, já está meio caidona"
2.
Ele diz: "Engraçado, teu pai só vive em casa..."
Ela escuta: "Esse dinheiro que ele ganha sai de onde? Corrupção?"
1.
Ele diz: "Eu não quero casar agora por vários motivos"
Ela escuta: "Eu preciso de mais tempo pra arrumar alguém com quem eu queira casar"


Rafa
@rafaelamorais


* "Por que o título está em espanhol?"

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A arte de presentear mulheres

Esse domingo, 14, é o dia de São Valentim, que, no resto do mundo quase todo, é padroeiro dos casais. Por isso, é nesse dia que se costuma comemorar o Dia dos Namorados - diferente daqui, já que nosso Dia dos Namorados ficou estabelecido em 12 de junho, simplesmente* porque não havia movimento no comércio dessa época.

Motivada pelo espírito de São Valentim, ofereço 10 dicas para os belos (e árduos) momentos em que vocês, meninos, quiserem agradar as suas respectivas com um presentinho que tente reforçar o que vocês sentem por ela. Porque, como quase tudo em relação às mulheres, isto não é tão simples ou fácil quanto parece.

1o. Lembrem do fator timing. Flores e presentes fora de hora podem significar que você fez besteira e está arrependido. Flores esperadas, em datas em que é de praxe dar flores, também serão mal vistas. O pensamento pode ser: “Poxa, ele num se deu nem ao trabalho de pensar em algo. Fez o que todo mundo faz!”. O ideal é dar flores quando tudo estiver ótimo (para assegurá-la de que tudo continuará assim) e presentes criativos nas datas clichê, como o Dia dos Namorados.

2o. A intenção conta. É importante querer agradar, sim. No entanto, vocês, quando dão flores/presentes, não parecem querer só o “Olha, que legal da parte dele!”. Vocês querem: “Ooooooooohn... Ele é liiiiiiiiindo e me ama!”. Baixem as expectativas. Mulheres são muito mais difíceis do que isso. Isso que vendem para vocês, por exemplo, nos filmes, nas lojas, nas revistas, de “Dê flores e se dê bem” é puro marketing. Esse não pode ser um objetivo descarado.

3o. Saibam fazer. Não queremos flores nem presentes: queremos que vocês queiram nos dar flores e presentes. Se num botar um sorriso na cara, se o olhinho num brilhar, se a hora escolhida para a entrega num for a melhor para ela, não vai funcionar. Nós somos muito mais exigentes do que isso. Tanto que a melhor flor que uma mulher pode receber na vida é aquela que o cara teve que pular um muro, enfrentar um pitbull, sair debaixo de grito da casa do major, para conseguir. E nem é tão bonita, nem são muitas. Mas é a que requer mais esforço, e parece ser isso que conta.

4o. Ainda no savoir-faire, na ideia de que você tem que querer dar flores/presentes, querer meeeesmo, enfatizemos que não pode haver motivos ocultos – ou, pelo amor de Deus, não deixe a sujeita notar que há! E, ainda que nem haja, evite parecer que havia. Explico: você deu o presente, ela amou, tal. Ainda no mesmo dia, apesar de horas depois, você solta um: “Amor, eu queria que você fizesse tal coisa...” – aí vocês são livres para imaginar o que isso pode ser: um programa de índio, uma ajudinha fora de hora, uma negociação que ela já havia morgado antes, etc. Pronto. As flores, por exemplo, morrem naquele momento, num chegam nem a ir pro vaso para morrer dentro de alguns dias. Ela, imediatamente, pensará: “Aaaah, foi por isso...”. Nós, com nossas carinhas de bobas e simpáticas, somos muito mais maquiavélicas do que vocês imaginam. Sim, NÓS faríamos isso, bolaríamos planos desse tipo. Vocês, em geral, não fazem: são tão simples quanto se pode ver em uma ação, em um momento (ainda que, exatamente por isso, amadorizem em muitos momentos). Por isso, fica o alerta.

5o. Mais uma vez, a palavra de ordem aqui é “esforço”. Com isso dito, vamos abrir mais o leque de opções, de flores/presentes para qualquer tipo de ação. Com presentes, a dinâmica funciona bem parecida à das flores, o ideal é: “Ele não comprou porque eu preciso disso. Ele comprou porque pensou em mim. Ele pensa em mim, logo, ele realmente gosta de mim” (opinião pessoal: mulheres deveriam ser proibidas de construir silogismos). Sobre as ações, vamos com um exemplo. O cara foi, digamos, para Porto, a trabalho. Liga para a namorada, já no fim do dia, e diz: “Vou ter que ficar aqui até amanhã. Mas por que você não vem dormir aqui?”. Ela já está lá de camisola, depois de um dia de três brigas com o chefe, e ainda vem o moço pedir esse esforço todo só porque ele não soube prever que, "obviamente", isso aconteceria? Ela se irrita e diz: “Mas de jeito nenhum! Eu estou morta de cansada, vou terminar dormindo no volante!”. Ele, com toda boa vontade, replica: “Eu volto para lhe pegar e a gente volta para cá”. Ela, imediatamente, pensa: “Meu Deus, ele realmente quer que eu vá!”. Na realidade, ele, de repente, realmente não está é querendo ficar lá, não agüenta mais os chefes, queria muito voltar para pegar uma roupinha limpa e, afinal, é a empresa que está pagando a gasolina... Porque homens são assim: práticos e claros assim. Só a gente não vê.

6o. Mulher trabalha com peso na consciência. Vocês, meninos, num sabem muito bem o que é isso. Vocês raramente pensam a posteriori, é "fez, está feito e pronto". A gente, não. A gente repensa, imagina cenários diferentes, se arrepende, chora, volta ao assunto e toda aquela chatice que vocês conhecem. Esta é uma grande diferença entre meninos e meninas. Portanto, ao invés de, simplesmente, ficar reclamando que mulheres ficam “remoendo” os problemas, trabalhem com isso, tirem proveito disso. Não há nada mais impactante para uma mulher que pensar: “Poxa, ele foi tão ótimo comigo e eu fui péssima com ele...”. Essa é a brecha que permite que vocês pintem e bordem por um tempo, com todo o crédito que vocês ganharam. Saiba encarar o presente ou a boa ação, ainda que eles te dêem um pouco de trabalho, como um investimento. Você, seguramente, será recompensado – se souber trabalhar, discretamente, com isso.

7o. Pesquisem um pouco antes de comprar qualquer coisa. Não custa nada. Por exemplo, se sua namorada é viciada em bolsas e você quiser dar uma bolsa para ela, não corra o risco de comprar uma branca quando ela odeia bolsas dessa cor – e, exatamente por isso, não tem nenhuma. Ou, ela pode adorá-las, mas já ter doze no guarda-roupa. Dê uma olhadinha, pergunte a alguma amiga, faça sua tarefinha de casa.

8o. Não deixe nunca, jamais, para comprar algo de última hora. Isso é uma constante com os meninos: dia 23 de dezembro (senão dia 24 mesmo), 11 de junho (senão 12 mesmo), os shoppings estão lotados de maridos e namorados à espera do milagre de encontrar algo perfeito e rápido. Eu sei, eu sei, sair para comprar presentes é um saco, eu também acho. E, afinal, procrastinar é viver! Mas, há bastantes razões para você não fazer isso. 1) Não corra o risco de não achar algo e sair de mãos abanando; 2) Não corra o risco de não achar algo e comprar qualquer coisa; 3) Não corra o risco de deixar escapar que você só comprou o maldito presente naquele dia, na frente dela, e que isso foi uma missão insuportável para você. O presente perderá toda a graça aí: ela vai pensar que não houve consideração-cuidado-carinho naquele processo. Pontos negativos para você.

9o. Caso você tenha precisado de ajuda para escolher o presente, não deixe escapar que foi aquela amiga gatíssima dela (e que ela sempre achou meio periguete) que passou a tarde zanzando pelo shopping com você e ainda deu a palavra final na escolha. Mulheres vivem a eterna ilusão que o que você ganha de presente te diz o quanto a outra pessoa te conhece. Assim sendo, omita esse fato de que quem a conhece tão bem é aquela amiga danadinha. E, claro, esconda as pistas, porque, se ela, por exemplo, souber pela amiga... Há chances do presente ir parar numa caixa na sua portaria pouco depois. Se certifique de ser uma amiga tão “danada” que curtirá ter esse segredinho entre vocês.

10o. Não esqueça do cartão. Essa é uma ótima oportunidade para você dizer tudo aquilo que você sabe que ela quer que você diga e você, simplesmente, num é desses. Nada de frases prontas, poemas copiados, Hallmark, nada do tipo. Nem precisa ser um cartão de verdade, que você pode nem ter saco para escolher, mas tome o trabalho de escrever algo num papelzinho qualquer. Mais um motivo para não deixar tudo para a última hora, já que você precisará parar um pouco para desenrolar essa bronca. Na falta de frases bonitas, escreva, simplesmente, o quanto você gosta de estar com ela e cite umas três características dela que fazem você ser louco por ela. Pronto, aí não tem erro. Será: “Ele me conhece tão bem, a gente se dá tão bem junto...” e você já vai ganhar mais um tempinho de tranquilidade – e paciência – da sua digníssima.


Rafa
@rafaelamorais

* Na realidade, 12 de junho é véspera do dia de Santo Antônio, que, aqui, é tido como "o santo casamenteiro". Usam isso como desculpa para a escolha do Dia dos Namorados. Mas, há quem garanta que a escolha da data não foi, de forma alguma, por conta disso. Imaginem se comemorássemos o Dia dos Namorados agora em fevereiro... Esse ano, por exemplo, em pleno carnaval! Seria até injusto...